sexta-feira, 29 de abril de 2011

Infeliz de vez em quando.

As vezes quando paro para pensar me sinto perdida em um mundo ao qual não pertenço.
Na verdade, quando você passa muito tempo sozinho com seus pensamentos, quando você acha que não precisa de muita ajuda para seguir adiante, acaba achando que os outros não servem para estar perto de você.
Minhas amigas sempre dizem que sou uma "ótima" amiga, que não saberiam o que fazer sem mim, sem meus conselhos, sem minha ajuda, elas dizem que sou linda, meiga... rsrsrs... (momento me achando), mais sinceramente não me vejo assim, não acho que sou indispensável na vida de alguém, e por achar isso, já afastei muita gente, não porque não precise delas, mais por me achar tão pequena, que não seria notada minha falta.
Nossa, momento depressão total.. rsrsrs... Sempre procuro parecer forte, decidida, independente, mais nem sempre o que demonstramos é realmente o que se passa dentro da gente, é errado isso??? Esses dias li uma frase que dizia que é muito mais fácil dizer que está tudo bem, do que explicar o que aconteceu, e vi que isso é fato. Eu amo minha vida, minha família, sou grata à Deus por tudo o que Ele tem me dado, e que existem pessoas com problemas muito mais sérios, que não chegam nem perto dos meus, sei que sou uma privilegiada.
Mesmo sabendo e dizendo tudo isso, é errado me sentir infeliz de vez em quando???

Letícia Leal

domingo, 24 de abril de 2011

Buscas Insanas

O mundo exige que você brilhe, ganhe muito dinheiro, viva intensamente. Mas a “vida intensa” que habita os sonhos da maioria das pessoas está relacionada a delírios de grandeza e conquistas que causem inveja. Vivemos à procura de fortes emoções e desejamos o que nos dizem que devemos desejar.
Tudo que nos rodeia é quase sempre uma mensagem para que sejamos os melhores, os mais belos, os mais fortes. Todos querem sentar-se no topo do mundo e experimentar a admiração alheia. Mas o topo do mundo é lugar para poucos e aqueles que estão lá sonham com uma vida idílica e satisfazem-se com simplicidades.
Porque a grandeza que o mundo idolatra, ao mesmo tempo em que atrai, intoxica. E é difícil abrir mão dela quando se é tudo que milhares de pessoas gostariam de ser.

Vira-se um ícone de si mesmo, a própria imagem se confunde com a imagem alimentada pela mídia, pelos fãs, pelos invejosos. A beleza não pode ser desperdiçada e só é válida quando mostrada ao mundo. Os talentos não podem ser usados para alegria própria e dos que estão ao seu redor. Precisam ser alardeados, numa busca frenética por fama, poder e glória.
E dificilmente reparamos o quanto estamos cercados por essa mentalidade, o quanto desejamos o que não desejamos de fato, mas aquilo que “se deve” desejar.
- O que você quer ser quando crescer?
E a criança responde: - Quero ser famosa.
Ela quer reconhecimento por algo que ela nem sabe o que é. Será que não reparamos o quão doente é esse sistema em que vivemos que faz com que o desejo de uma criança seja a fama? E como ela vai consegui-la? Talvez através de um grande talento e uma combinação de sorte, oportunidades, lugares certos nas horas certas. Mas quantas vão passar a vida nessa busca cega? Quantas vão conseguir os seus 15 minutos de fama com um vídeo “vazado” para a Internet expondo suas intimidades? Quanto de verdade há em nossos desejos? Por que precisamos ser sempre os maiores, os melhores, os invejados?
A verdade é que não precisamos.

(Juliana Dacoregio)